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Mostrando las entradas de mayo 2, 2021

A Figueira

 A FIGUEIRA   Porque é áspera e feia, Porque todos os seus ramos são cinza, Eu tenho pena da figueira.   No meu sítio tem cem belas árvores, Ameixeiras redondas, Limoeiros retos E Laranjeiras de botões brilhosos.   Nas primaveras, Todas elas se cobrem de flores Em torno da figueira.   E a coitada parece tão triste Com seus galhos torcidos que nunca De apertados casulos de veste.        ( no he podido hacer la traduccíon correctamente)   Por isso, Cada vez que eu passo ao seu lado, Digo, procurando Usar meu doce e alegre sotaque “Eres a figueira mais bela De todas as árvores do pomar”   Se ela escuta, Se entende o idioma que eu falo, Que a doçura tão forte fará um ninho Na sua alma sensível de árvore.   E talvez, a noite, Quando o vento balance sua copa, Embriagada de prazer lhe dirá:   Hoje me chamaram linda!
O Conto dos Óculos Todas as coisas em este mundo costumam parecer de uma maneira quando, na realidade, são de outra . No cinema, parece que as imagens se movem, contudo, apenas acontece que a pessoa vê o que já passou, enquanto está acontecendo outra coisa... Às vezes, isso também acontece fora do cinema. Porém, o importante é que se não existisse essa fenômeno “a permanência da imagem na retina”, ou seja, se a pessoa tivesse uma boa visão.., a invenção do cinematógrafo teria sido impossível.  

O homem, a mosca e o casaco

 O homem é parecido em muitas coisas com a mosca: às vezes é chato, às vezes gosta da nata, às vezes vai para onde não deve e às vezes o caçam. Mas em outras coisas, não se parece. Por exemplo: a mosca no inverno fica meio zonza, porque a velocidade das suas reações orgânicas está condicionada  pela temperatura exterior. Quer dizer que a mosca tem o calor no seu corpo. Isso se chama termogênesis. O homem se conserva a si mesmo. Produz sua própria temperatura. O casaco só lhe serve para reter o calor que ele criou. O casaco não é uma calefação, é uma tampa. Não dá o calor que o homem necessita, limita-se a não deixar escapar o que o homem mesmo faz. O homem, pois, trabalha oito horas a fim de ganhar o pão -e os bifes, as batatas, as espigas, o ensopado- que vão servir para manter essa temperatura. Durante o dia escreve na máquina, leva livros, faz ordens, fala no telefone, atravessa ruas, pisam nele, vai aos bancos, levanta taxímetros, empurra; tudo para que não lhe falte sua sopa de ar

O homem, a mosca e o casaco

  O homem se assemelha à mosca em muitos aspectos: às vezes é chato, às vezes gosta de algo doce, às vezes para onde não deveria e às vezes é caçado. Porém, em outros casos, não se assemelha. Por exemplo: a mosca no inverno fica meio atordoada, porque a velocidade de suas reações orgânicas está condicionada à temperatura exterior. O que significa dizer que a mosca tem em seu corpo o calor. Esse fenômeno se chama termogênese. O homem se protege, produz a sua própria temperatura. As roupas só servem para reter o calor que ele mesmo elabora. O casaco não é um aquecedor, é uma espécie de capa. Não fornece o calor que o homem necessita, limita-se a não deixá-lo escapar da produção que o próprio homem faz. O homem, pois, trabalha oito horas a fim de ganhar o pão – e a carne, a verdura, o cozido – que servirá para manter a sua temperatura. Durante o dia escreve, carrega livros, cumpre os seus afazeres, conversa por telefone, atravessa ruas, é pisado, passa por bancos, toma um táxi

O homem, a mosca e o casacão

O homem se assemelha em muitas coisas a uma mosca: as vezes incomoda, as vezes gosta de nata, as vezes fica onde não deve e as vezes caçam ele. Porém, em outras coisas, não se assemelha. Por exemplo: a mosca no inverno fica meio tonta, porque a velocidade das suas reações orgânicas está condicionada pela temperatura exterior. Quer dizer que a mosca tem no seu corpo o calor. Isso se chama termogênese.   O homem se guarda a si mesmo. Produz sua própria temperatura. A roupa quente somente serve para manter o calor que ele produziu. O casaco não é um aquecedor, é uma cobertura. Não dá o calor que o homem precisa, apenas não deixa escapar o que o homem mesmo faz. O homem, pois, trabalha oito horas para ganhar o pão de cada dia -e a carne, as batatas, o milho, o ensopado- que servem para manter essa temperatura. Durante o dia escreve a máquina, leva livros, faz diversas tarefas, fala ao telefone, atravessa ruas, pisoteiam ele, vai nos bancos, corre taxímetros, empurra; tudo para qu

Lobisomem

Juan Cruz Montoya, sim senhor. Que era o caçula de sete filhos do velho Hermenegildo. E tinha nascido lobisomem. Mas ao vez de se emperrar nas sextas feiras à meia noite, como todos os lobisomens, ele se emperrava de repente. Que não! Um dia vai no barbeiro de Martiniano Navarro para fazer a barba. Que era muito distraído Martiniano. Certa vez ele tinha saído para caçar com Doralisio Cuenca – que levou seu cachorro – e voltando vinham Martiniano e o cachorro, na frente, conversando e fumando, e detrás Doralisio. Martiniano tinha colocado a corrente e o outro, furioso. Bom: Juan Cruz chega na barbearia, senta, o outro ensaboa ele e......de repente – num abrir e fechar de olhos, que se diz vulgarmente – Juan Cruz se converteu em cachorro. E Martiniano seguiu com o sabonete até embaixo, raspou todo até as patas de trás e deixou um penacho no rabo. Que depois, Juan Cruz, quando via ele na rua, fazia de conta que não via. Porque ficou ressentido.